sexta-feira, 5 de agosto de 2016

FACULDADE ACABANDO, E AGORA? PARTE 3

Estou definitivamente formada e agora, mais do que nunca, perdida...

Sempre achei que meu sonho mais difícil era entrar na melhor Universidade do Estado (sexta melhor do país, segundo a Folha de São Paulo), mas a verdade é que saber o que fazer ao sair dela é ainda mais difícil...
Tem um mundo de caminhos que posso seguir, mais de 70 segundo a Resolução que rege minha profissão. Mas saber o que eu quero para o resto da vida é que torna tudo amedrontador.
Tá! Tá! Eu sei que sempre posso parar tudo o que estou fazendo e começar de novo, mas o problema é que eu vejo a vida com uma passagem muito curta e tento evitar ao máximo os erros, para que possa aproveitar as coisas legais da vida. 
Também não posso deixar de mencionar que desistir, para mim, é uma das coisas mais difíceis.
Não me preocupo muito com medo de ficar desempregada, porque ao me formar em Farmácia tenho a garantia de que sempre haverá um estabelecimento farmacêutico em cada esquina e muitos deles precisando desesperadamente de um farmacêutico. 

A questão aqui é: o que eu quero para minha vida? Em qual navio eu gostaria de embarcar, mesmo que ao chegar na metade do cruzeiro tenha que descer, pegar um avião e voltar para casa mais cedo?

Não é fácil decidir um caminho, sendo que é ainda mais difícil quando você sente que sua mente precisa desentulhar um pouco da informação, da pressão, da ansiedade que adquiriu ao longo dos últimos seis/sete anos. 

Foi então que tomei uma decisão brilhante (talvez em alguns dias eu me arrependa) e prática: tirarei o resto do ano de férias. Voltarei para a casa dos meus pais, minha pacata cidade natal e tentarei reencontrar aquela garotinha de 17 anos que lutou bravamente por um sonho, talvez ingênua, mas muito mais forte e corajosa que essa adulta que se tornou. 

Durante seis anos, dormi duas horas e meia/ três horas por noite, me descabelei com longos trabalhos, chorei com as incontáveis provas, estraguei meu estômago com café forte e pó de guaraná, engordei e fiquei flácida por não praticar exercícios físicos e comer comidas prontas e/ou industrializadas, ganhei um punhado de fios de cabelo brancos pelo estresse, entre outras inúmeras coisas que fiz ou deixei de fazer para tirar o máximo de proveito do meu sonho.
Confesso que acho que não fiz muitas escolhas inteligentes e que poderia ter feito muito mais durante esses seis anos. Acredito que a Layssa de hoje seria mais empenhada, faltaria menos aulas, participaria de mais projetos da faculdade, faria o tal curso de inglês que vem prorrogando desde que se mudou para a capital e talvez até terminasse aquela inscrição que ficou pela metade para o intercâmbio para o Estados Unidos...

Há seis dias eu ouvi a tão sonhada frase "confiro-lhe o grau de farmacêutica", mas hoje eu só queria ouvir "feliz cinco anos!!" 

"Ser ou não ser, eis a questão." A famosa frase de William Shakespeare cabe como uma luva nas mais variadas etapas da minha vida, principalmente nesta, em que me preparo para decidir o rumo do que pode ser meus próximos 30/40 anos... Aliás, quem somos nós? 

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